quinta-feira, 31 de março de 2011

Começando de novo: A democracia definitiva




Não votou nos palhaços que estão no governo? Junte-se ao clube. Graças à natureza competitiva das democracias eleitorais, muitos – geralmente a maioria – cidadãos acabam sendo governados por um partido no qual eles não votaram. No entanto, existe uma maneira de garantir que cada indivíduo fique satisfeito com os resultados de uma eleição: basta cada cidadão ser governado pelo partido político no qual votou durante as eleições.
A idéia não é tão improvável como pode parecer, afirma Olivier Ledoit, um economista da Universidade de Zurique, na Suíça, que propõe a, assim chamada, “democracia de escolha”. “Não tem problema nenhum, apesar de ser um pouco diferente”, considera ele. Afinal de contas, a Nova Iorque metropolitana se espalha por três estados e muitas municipalidades diferentes. Dessa forma, trabalhadores em mesas adjacentes podem pagar impostos muito diferentes e desfrutar de serviços governamentais diferentes. E muitos muçulmanos no Reino Unido resolvem suas disputas em cortes sharia, que coexistem com o sistema jurídico britânico.
Poderia funcionar assim: antes de uma eleição, cada partido político apresentaria seus princípios de governo – quais serviços fornercerá, como seus impostos serão estruturados, quais políticas sociais perseguirá, e assim por diante. Depois da eleição, cada votante paga impostos ao partido no qual votou e recebe um determinado conjunto de serviços – subsídios culturais e educacionais, por exemplo, ou seguro-desemprego – até a próxima eleição. Para isso seria necessário acabar com o voto secreto. Em determinadas coisas, os partidos podem escolher se unir para governar serviços específicos – a defesa, por exemplo, ou os sistemas monetários – onde economias de escala são importantes.
A idéia pode reduzir a demagogia, observa Ledoit, porque um partido que realizou uma campanha baseada em uma plataforma bastante desejável, mas impraticável, seria obrigado a fazer o que prometeu depois da eleição. Satisfação total garantida para os votantes.

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